Casa da Juventude

Casa da Juventude de Portimão

 

O estudo para a da Casa da Juventude de Portimão inicialmente foi elaborado para o concurso promovido pela Câmara Municipal de Portimão para reabilitação do antigo edifício da escola preparatória D. Martinho Castelo Branco para dar lugar à casa da juventude de Portimão. A proposta não foi entregue pelo facto da Câmara Municipal ter mudado as bases do concurso a vinte dias do prazo limite de entrega das propostas, pedimos a intervenção da ordem dos arquitectos que nos apoiou para conseguirmos a prorrogação do prazo, mas mesmo assim foi negada pela Câmara Municipal. No entanto a solução encontrada para o concurso pareceu-nos ser um objecto de estudo muito interessante e continuamos a trabalhar aprofundando o projecto.

 

o conceito que conduziu a proposta

O objectivo principal do concurso era de requalificar e adaptar o edifício da antiga escola D. Martinho Castelo Branco na casa da juventude de Portimão. Um espaço de encontro de vivencias, de experiencias, reflexão, criação e formação destinado aos jovens para as suas afirmações e expressões artísticas e culturais. A antiga escola faz parte das nossas memorias pela sua arquitectura , quase todas as cidades do nosso pais têm um ou mais equipamentos com este tipo de traçado. Construída na década de setenta é a primeira escola do ciclo preparatório de Portimão. Com o crescimento natural da cidade, outras escolas foram construídas no concelho e a antiga escola foi substituída por um novo edifício escolar, no espaço antigo em 2002, levando o antigo edifício ao abandono e a um processo de degradação física e visual. A reabilitação de edifícios é cada vez mais frequente na arquitectura e cada vez mais necessária nas nossas cidades, porem nem todos edifícios têm a mesma capacidade de serem reutilizados e transformados, dependem principalmente do tipo de edifício, da sua nova função e se o seu valor arquitectónico merece ser preservado. A reutilização de um espaço com referencias à escolaridade obrigatória poderá não ser o objecto ideal apelativo aos jovens para os convidar a participar em novas actividades culturais. A arquitectura tem essa responsabilidade de promover espaços atractivos pela sua imagem, pela sua forma, pela sua plasticidade e encanto, esse foi o nosso objecto de estudo, como transformar uma antiga escola num novo espaço capaz de suportar as novas necessidades, não apenas funcionais ou espaciais mas principalmente sociais de uma forma exequível e economicamente possível. Manter o antigo edifício dando-lhe um novo carácter plástico como a sua nova função, não seria apenas o nosso caminho a seguir, outra estratégia teria de surgir para que a arquitectura fosse mais atractiva aos jovens pela sua imagem. Como resolver esta questão ? Como preservar o antigo edifício e ao mesmo tempo configurar-lhe uma nova forma com novas referencias, mais atractiva aos jovens. O nome do próprio projecto dizia tudo, “Casa da Juventude” esse poderia ser o conceito mais simples, criar uma pele, um invólucro que sugerisse a imagem de uma casa, uma arquitectura, mais apelativa, mais atractiva, com novas referencias, que albergasse no seu interior o antigo edifício, também este com uma nova imagem mais jovem, mais contemporânea, revelando que as coisas podem ser as mesmas mas ao mesmo tempo muito diferentes. O antigo edifício sofria apenas intervenções plásticas, não seriam necessárias grandes intervenções técnicas de reabilitação, o exterior seria todo pintado de vermelho e o interior reorganizado para se adaptar ao programa. A casa, uma estrutura metálica com painéis revestidos com argamassas brancas, uma forma simples capaz de transmitir a imagem de casa branca como as tradicionais Algarvias. Esta casca que alberga o antigo edifício alem de confinar uma nova imagem proporcionou mais espaços interiores entre a pele e a antiga escola, permitindo que o programa fosse cumprido de uma forma mais fluida e surgiram novos espaços para actividades lúdicas no interior. Os vãos que a compõem o exterior do novo edifício foram meticulosamente posicionados de forma a iluminar as zonas interiores do antigo edifício e dos espaços livres. No alçado sul e poente as aberturas são mais controladas para um melhor comportamento técnico do edifício e a norte e nascente mais abertas. Alem das aberturas das fachadas a cobertura desta nova estrutura é também perfurada com um sistema de controlo solar que ilumina melhor os espaços interiores

 

Project details

 

 

 

 

  • Location | Portimão
  • Architects | ângela frias e gonçalo dias
  • Project Year | 2008
  • Cliente | Câmara Municipal de Portimão
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